Impermanência
As dores afinal nunca cessam de acontecer.
Amontoam-se baralhadas, inconformadas e mal estudadas
Os momentos confusos escolhem o pior caminho
E o coração doente quase que não sente
a saudade de uma ilusão
Mente-se a si próprio para que acredite nisso.
Engana-se uma e outra vez com pózinhos de
- "não foi nada e isso passa"
- "Eu sei que não passa. Porque me enganas?"
- "Com o tempo tudo passa"
- "Ambos sabemos que não passa ó inquilino do peito.. apenas escolhemos calcar mais uma memória"
- "E não tem funcionado?"
- "Isso é um velho formato de coleccionador.. não tem resultado"
- "E o que podes fazer para mudar?"
- "Neste caso absolutamente nada. Seriam precisos dois"
- "Entendo.. então vai...corre e procura a outra metade.. descobre-a"
- "Já a encontrei. Não tive tempo de a descobrir."
- "Falhaste?"
- "Acho que sim. Morri na praia ao que parece"
- "..."
E é assim que no meio de monólogos se entediam pensamentos.
Tudo é impermanente e não prezar todos os momentos é o maior erro humano.