25
Jun04
Banal
Gitano73
Cá estou eu de novo, com alguma companhia....
Do meu lado direito a garrafa, em frente este caderno virtualmente infindável de parágrafos por descobrir, ao meu lado esquerdo o tabaco...
Desenhando silhuetas de fumo com o cigarro penso no que vou escrever..
As idéias são banais... como a noite gasta que me acompanha. A inspiração falha-me tanto como o gelo que teima em derreter demasiado depressa.
Afinal esta é uma noite banal.
Uma daquelas em que a solidão não é companhia certa, pois estás perto e vês televisão. Mas não podíamos estar mais distantes, pois cada um vive o seu mundo de formas diferentes. Eu sentado ao computador busco um final de dia que me preencha. Tu consomes imagens de forma aleatória.
A guitarra não me fascinou hoje. Culpa de um desajeitado pseudo-guitarrista. O som daquela corda fez-me pensar na solidão. Fiz comparações musicais com vidas reais. Comparei o som de uma única nota à solidão que vivemos por vezes. As sinfonias não se fazem numa só nota, seja ela qual for. Depois pensei nos acordes, compostos de várias notas.. produzem um som conjunto e melodioso. São famílias... unidas e perfeitas. Como os invejo.
Percebo que tanto um acorde como uma nota solta não fazem uma obra-prima. São precisos inúmeros acordes e notas para tal, assim como na vida são precisos inúmeros sentimentos para formarem o que nós somos. Precisamos da dor e do amor. Da reacção e da emoção. A indiferença e a complacência... tudo isto é música para a canção da vida.
Tanta vezes me esqueço.... que música é aquele conjunto de sons que existe entre os silêncios.... e penso.. calar é preciso... pensar é preciso...
Que seria de um terno olhar se o silêncio não o acompanhasse?
Infindáveis enciclopédias escrevi eu com os meus olhares a quem amei.... não sei se foram lidos ou bem intrepretados.. mas também não me interessa especialmente, interessa-me sim que os dei. Com os silêncios nos sítios certos.
O cigarro já ardeu.... os meus dedos também... esta banalidade que escrevi no fundo da garrafa não me enche...mas está escrito.. e considero-me alguém que faz e assume o que faz..
Amada garrafa que busco em ti respostas para perguntas que nunca fiz... és um perfeito exemplo do que não pretendo mas acompanho....
tão estranho... e tão real....
/Gitano
Do meu lado direito a garrafa, em frente este caderno virtualmente infindável de parágrafos por descobrir, ao meu lado esquerdo o tabaco...
Desenhando silhuetas de fumo com o cigarro penso no que vou escrever..
As idéias são banais... como a noite gasta que me acompanha. A inspiração falha-me tanto como o gelo que teima em derreter demasiado depressa.
Afinal esta é uma noite banal.
Uma daquelas em que a solidão não é companhia certa, pois estás perto e vês televisão. Mas não podíamos estar mais distantes, pois cada um vive o seu mundo de formas diferentes. Eu sentado ao computador busco um final de dia que me preencha. Tu consomes imagens de forma aleatória.
A guitarra não me fascinou hoje. Culpa de um desajeitado pseudo-guitarrista. O som daquela corda fez-me pensar na solidão. Fiz comparações musicais com vidas reais. Comparei o som de uma única nota à solidão que vivemos por vezes. As sinfonias não se fazem numa só nota, seja ela qual for. Depois pensei nos acordes, compostos de várias notas.. produzem um som conjunto e melodioso. São famílias... unidas e perfeitas. Como os invejo.
Percebo que tanto um acorde como uma nota solta não fazem uma obra-prima. São precisos inúmeros acordes e notas para tal, assim como na vida são precisos inúmeros sentimentos para formarem o que nós somos. Precisamos da dor e do amor. Da reacção e da emoção. A indiferença e a complacência... tudo isto é música para a canção da vida.
Tanta vezes me esqueço.... que música é aquele conjunto de sons que existe entre os silêncios.... e penso.. calar é preciso... pensar é preciso...
Que seria de um terno olhar se o silêncio não o acompanhasse?
Infindáveis enciclopédias escrevi eu com os meus olhares a quem amei.... não sei se foram lidos ou bem intrepretados.. mas também não me interessa especialmente, interessa-me sim que os dei. Com os silêncios nos sítios certos.
O cigarro já ardeu.... os meus dedos também... esta banalidade que escrevi no fundo da garrafa não me enche...mas está escrito.. e considero-me alguém que faz e assume o que faz..
Amada garrafa que busco em ti respostas para perguntas que nunca fiz... és um perfeito exemplo do que não pretendo mas acompanho....
tão estranho... e tão real....
/Gitano