Esta é a história de um menino que sonhava em ser feliz. Não é um conto particularmente especial ou com um final interessante.
Esta é uma história banal e cansativa acerca de uma incansável procura de uma alma gémea, prima ou mesmo ligeiramente familiar.
Nos olhos, este menino carregava o brilho e a força do seu sonho.
Encarava cada potencial candidata com uma inocência que já não se vê hoje em dia. Resoluto e decidido, continuava a busca.
As suas companhias eram algo cansativas e viciantes; o whisky e os cigarros.
Com eles e a escrita, ele criava mundos perfeitos, românticos e imaginários. Vivia-os intensamente em toda a sua intensidade, maravilha, dor e sensações que deles resultássem. Cada momento servia para anteceder o próximo e cada esgar, uma novidade espreitava.
Algumas vezes, o menino acreditou.
Algumas vezes, o menino amou.
Imensas vezes este menino banhou-se no chuveiro das ilusões.
Vestiu-se de conceitos e verdades escritas e passeou-se sob estrelas que brilhavam.
Uma noite o menino estacou.
Ergueu a sua bandeira, cujo símbolo é o amor e pediu um sinal.
Começou a chover.
O calor era imenso mas mesmo assim chovia...
O menino suava, meio com medo, meio apreensivo desse sinal.....
Então, como um relâmpago a rasgar a noite e as falsas verdades
O menino entendeu.
Entendeu que tudo o que procurava
era alguém
que soubésse a sua bandeira
E que usásse com o maior cuidado do mundo,
tal um cristal preciosíssimo e único no mundo,
a palavra
"Amo-te!"
O menino acompanhou a chuva e lavou-se por fora e por dentro
Levantou a cabeça e endireitou o tronco.
O seu objectivo era cada vez mais claro.