Número
Escrevi um número simples de períodos de felicidade que foram vividos por mim
Deixei-os inexpressivos numa carta. Escondi-os do mundo numa qualquer gaveta.
Recordo-os à medida que me apetece. São meus.
Acho que me convenci que me sinto bem com a vida.
Afinal... quanta perfeição podemos esperar de um fim de tarde?
Toda a que a escuridão nos rouba.
A noite retrata-me anjos que não existem
Ao olhar pela janela, com os a chuva nos vidros a distorcer a realidade
penso para mim que é muito parecido com as minhas memórias
vou distorcendo cada uma à justa medida das minhas necessidades
Estes sonhos que vou carregando são demasiado monótonos para lhes chamar objectivos.
Vens e vais como o sonho do perfeito e intocável
Serei secundário à imagem do querer e desejar
Tu, eterna à sombra do respirar ....que é transparente, puro e faz-me delirar.
Os pecados que transportas
são amostras
são pequenos erros causados por quem sorri demais
E causas muitos quando o teu sorriso começa a desenhar-se
Como sempre....desapareces....
Ainda agora estavas aqui...lembras-te?