Não apanhei aquele beijo que desenhaste com os lábios e o deste ao ar na minha direcção hoje de manhã quando nos despedimos. A triste perergrinação para o emprego faz-me desejar que o tempo voltasse para trás.. Mas o tempo não me conhece nem me esquece. Queria apenas umas horas a menos.. poucas.... que me levassem de volta à noite, onde naveguei nos oceanos da tua pele e descobri kilómetros novos em cada centímetro explorado. Parecias um parque de diversões, e todo ele dedicado a mim. Adoro-te na tua entrega desprotegida e total. Sanciono-me por querer tragar-te toda de uma só vez e não conseguir.. fico sempre com fome de ti.. e tu estás mesmo ali... mesmo ali... e eu já sinto saudades tuas outra vez... já sinto saudades da fome que nunca me passa, deste desejo que me desgraça.. Merda.. porque será que o tempo não me obedece? Nem me conhece.... Nem me esquece..
Eu sei que vou te amar Por toda a minha vida eu vou te amar Em cada despedida eu vou te amar Desesperadamente... eu sei que vou te amar E cada verso meu será Pra te dizer que eu sei que vou te amar Por toda a minha vida....
Eu sei que vou chorar A cada ausência tua eu vou chorar Mas cada volta tua há de apagar O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer A eterna desventura de viver A espera de viver ao lado teu Por toda a minha vida
"Eu sei que vou te amar" (Antônio Carlos Jobim / Vinícius de Moraes)
sussurros gritados e cozinhados no calor de corpos decididos e errantes por não se darem o suficiente. Gritos contidos em gargantas caladas, forçosamente silenciadas por lábios nervosos longas viagens feitas em valhos lençóis que tudo de novo têm a mostrar somos turistas ocasionais do nosso corpo. O meu está aqui e o teu é um parque de diversões aberto só a mim Os gritos sussurrados saem de mim sem eu ter consciência disso. Pensei que tendo os olhos fechados tu preencherias o silêncio com o teu respirar Enganaste-me. Afinal o prazer é imenso. Tu dizias que era suficiente. Que podíamos cair no pecado de querer mais. E eu e tu queremos pecar tanto. Mas porque perdemos tempo com isso? Começemos outra vez tudo de novo. Não sei se existe alguma maneira certa de o fazer. Se há um guião a seguir. Mas comecemos de novo, pois quero ainda segredos que já não guardas mas eu também ainda não os descobri.
Meu coração não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer Meu coração de criança Não é só lembrança de um vulto feliz de mulher que passou por meus sonhos sem dizer adeus e fez dos olhos meus um chorar mais sem fim Meu coração vagabundo quer guardar o mundo... em mim...
Meu coração vagabundo quer guardar o mundo.... em mim......
Estou sentado a pensar no passado. Talvez esteja nostálgico... Fico velho quando o convido a visitar-me. Penso em tanta coisa...penso que para mim não há luz no fim da vela, só histórias no fundo da garrafa. Passados que teimo em não enterrar, lembranças que perduram no vai e vem constante deste ciclone constante que habita em mim e que por vezes acorda.. Elas... lembro-me de todas elas... não me lembro bem dos nomes.. por vezes as caras já me parecem misturas turvas... só sei que todas elas eram belas.. ou estarei a ser sonhador demais? Não.. eram belas pois... eram alma e eram vida. Cada uma delas foi minha, neste ou naquele instante da vida.... neste ou naquele lapso de tempo... como me sinto velho.. No fundo todas elas foram e são a mesma. Uma mistura de pessoas que a garrafa continua a trazer a lume. Já não sei os seus nomes. Já não me lembro de certos sabores, já não sei as vozes que ouvi.. como me sinto velho.. E sou tão novo.. tão novo a ponto de tudo ser novidade. Faço castelos no ar com imensas assoalhadas de paixão e sóis raiantes. Faço leitos sedosos fustigados e amarrotados por pedaços de passados recentes. Faço histórias novas, cada vez.... cada vez... Como me sinto novo nessas alturas.. mas hoje.. sinto-me tão velho.. lembro-me tão bem de ti.. que fazes sombra a todas as outras.. mas.. não são todas a mesma? Já não sei se fomos todos o mesmo cocktail.. ou se te bebi pura. Já não sei.. como me sinto velho... Só sei que o livro ainda tem umas quantas páginas em branco para serem preenchidas por novas aventuras... ou talvez não...
Confessei-me culpado de tudo desde o dia que te conheci, não fosses tu ser culpada de algo, e assim, eu, qual cavaleiro andante, ficaria com todas as culpas dos pecados que traçaste e outros que nem sequer imaginaste. Confessei-me ladrão de incertezas, no momento que me olhaste. Roubei tudo aquilo que pude desse olhar casual, desde a cor até ao tamanho... e acredita que era grande demais para caber em mim. Confessei-me ainda um falso foragido, querendo se procurado por te raptar impiedosamente o coração e não exigir resgate nenhum. Quisera ser preso por ti e em ti. O veredicto meu é aquele de um dependente alucinado pelo sabor dessas tuas lágrimas que me faltam nos sorrisos de felicidade que almero. Confesso-me culpado de tudo isto e de muito mais.. Confesso-me rapazinho outra vez... e mais... não estou arrependido e não me importo também de ficar de castigo por tudo o que fiz. Prontos!
Saio da tua boca com o teu sabor nos lábios e o teu cheiro invade-me, qual oração sofrida A tua pele nua responde ao meu toque, um toque que é meu e teu Que é teu e meu, que é nosso e de mais ninguém. Ninguem o poderá roubar ou ursurpar É a comunhão perfeita, o calor que se sente, que é nosso e só nosso. Produzido especialmente para este momento, sim.. que o calor do próximo momento será diferente, com outro cheiro, outro eco de vida própria. O pulsar por baixo da pele sente-se, já não distingo se é teu ou meu.. mas é um pulsar que é nosso. Especial e único como nós, criadores por ele regidos. O resto não percebo.. tu também não.. a ninguém interessa, mistura de calores e arrepios, suspiros e calafrios. O meu coração late pelo teu, tornamo-nos animais, básicos, servindo obedientemente o mestre: os sentidos. Somos já uma réstia da chamada vida inteligente, já nada disso interessa ou importa. O que conta agora é sentir. Sentir e sentir.. uma e outra vez.. sentir... sentir até rebentar de não poder mais sentir, sentir até ultrapassar a fronteira sensitiva.. até um êxtase.. um clarão.. um tempo intemporal.. onde não existes.. estavas mesmo aqui.. misturada em mim.. deixaste de existir.. espera.. estás aqui outra vez.. ou serás eu? que confusão.. parecemos dois hinos ao suor salgado. E insanamente... com dor e sentido, percebemos que esta anedota rotulada vida real... volta... afinal.. apenas fechou a porta por um bocadinho.. o suficiente para escaparmor dela por momentos.. qual fugitivos... sem terra nem dever... apenas.... fugitivos...
Quis subir acima do que julgo ser, acima da anedótica parafernália de pedaços disto e daquilo que é o meu ego. A viagem não foi de todo infrutífera. Encontrei tudo aquilo o que gostava de um dia vir a ser, mas decidi que me perdia a mim mesmo se sequer tentasse. Levei tantos anos a aprender a conviver com todos este bichinhos (leia-se imperfeições) que vivem cá dentro que agora julgo já não ter vontade de lutar contra eles. De qualquer maneira, estes caminhos que conheço e desconheço dentro de mim, não páram de me supreender, seja pela positiva, seja pela negativa. Sou um dos meus assuntos predilectos. Não o nego. Aliás, é sempre bom mudar de assunto.. nem que seja para perguntar aos outros o que acham de mim. (Joke) Embora seja um assunto da minha predilecção, sei também que nunca o acabo. Descubro coisas novas todos os dias (e por vezes à noite também). Pareço uma daquelas obras nacionais tão típicamente portuguesas, às quais os projectos estão sempre a mudar e a atrasar o final. Pois eu tb estou sempre a mudar.. sempre em constante mutação. Hoje gosto. Amanhã nem por isso. Hoje quero amanhã não. Hoje penso.. amanhã dispenso. Este caminho leva-me ao patamar fronteiriço de todos nós.. quando acabamos nós e começam os outros. Nem sempre desejo sair dos meus domínios.... afinal... quais são os meus domínios? Todo o irreal, não pautável de descontos pelo qual me julgo? Ou todo aquele palpávelmente real pelo qual me julgam os outros? Anyway....who cares??
En la vida hay amores que nunca... pueden olvidarse, Imborrables momentos.. que siempre guarda el corazón. Pero aquello que un día nos hizo.. temblar de alegría, es mentira que hoy pueda olvidarse con un nuevo amor.
He besado otras bocas buscando... nuevas ansiedades y otros brazos extraños me estrechan llenos de emoción pero sólo consiguen hacerme... recordar los tuyos que inolvidablemente vivirán en mí...
Quero pintar-te com cores que corram ao sabor distinto do gosto a belo ornamento Preciso criar-te imagem.. com cheiro a magia. Entrego-te à tela com suave sentimento Tu.. quadro findo de paixão e alegria
Quis desenhar-te ao vento acompanhado de um qualquer soneto de música divina Preciso que esse semblante me acompanhe quando me faltas por estares ausente E que por baixo da minha pele nos possamos confundir Definir limitações inexistentes e respeitar segredos do presente
Por vezes sinto-me culpado por não ter dito coisas que deveria. Martirizo-me pela poupança a que o orgulho me obriga Penso no que perdi, ou no que não ganhei..e ainda no que não dei a conhecer de mim. Penso nas direcções, virtualmente infindáveis, que poderiam ter tido as nossas conversas, nos assuntos que nunca abordámos, nas discussões que por demais sentimos. Penso nas palavras que faltaram para desenhar o retrato que preciso Naquelas que pincelaram apenas levemente o assunto preferido do meu peito. Eternamente tu