As vezes me elevo, dou mil volteretas às vezes me encerro atrás de portas abertas às vezes conto-te o porquê deste silêncio é que às vezes sou teu....e às vezes..do vento
às vezes de um fio e às vezes de um cento e às vezes, vida minha, juro-te que penso Porque é tão difícil sentir como sinto? Sentir como sinto..que seja difícil
às vezes miro-te e às vezes deixas-te emprestas-me tuas asas, revês o teu rastro às vezes por tudo..ainda que não me falhes às vezes sou teu e às vezes de ninguém às vezes, juro-te, deveras que sinto não dar-te a vida inteira, dar-te só estes momentos Porque é tão difícil...viver...só isso? viver..apenas isso..porque é tão difícil??
Quando ninguém me vê posso ser..ou não ser.. Quando ninguém me vê volto o mundo ao contrário Quando ninguém me vê não me limita a pele. Quando ninguém me vê posso ser..ou não ser.. Quando ninguém me vê.....
às vezes me elevo, dou mil volteretas às vezes encerro-me atrás de portas abertas às vezes conto-te o porquê deste silêncio é que às vezes sou teu....e às vezes..do vento
Escrevo-te desde os dentros da minha própria existência Onde nascem as ânsias, a infinita essência Há coisas tão tuas que eu não compreendo e há coisas tão minhas, mas é que... eu não as vejo Suponho que penso que eu não as tenha.. Não entendo, vida minha, inflamam-se os versos que às escuras te peço, sinto... não acerto. Não acendas as luzes que tenho desnudos..... a alma e o corpo
Quando ninguém me vê posso ser..ou não ser.. Quando ninguém me vê pareço-me à tua pele Quando ninguém me vê penso nela também
etc....
Cuando nadie me vê - Alejandro Sanz Tradução: Gitano
Cá estou, uma vez mais com os meus fiéis companheiros (casal giro este) o Sr. Cigarro e a Dona Garrafa. Hoje foi um dia diferente. Cheguei a casa cansado devido a uma noite mal dormida, e deitei-me cedo..eram umas sete horas, o resultado já se esperava.. às dez lá acorda ele.. sem sono. E o que faz este idiota? Em vez de tentar dormir, não.. vem aqui escrever textos que a ninguém interessa e a mim me fazem bem, de alguma maneira estranha fazem bem... Sonhei um sonho estranho, que queria chegar ao limite do sonho que estava a ter, à fronteira.. imaginei o sonho como um disco num suposto ar... e aproximei-me da sua beira.. espreitei cá para baixo e decidi mandar-me dali.. o resultado não foi o melhor.. acordei em mim.. não havia nada mais por baixo do sonho. Era eu que o segurava. E o sonho era meu. Agora já não é. Ofereci-o no meu salto a uma qualquer entidade divina, pois fartei-me de tentar voltar a ele e nada. Mas vou explicar porque me quis atirar do sonho... era um sonho de uma bela vida a dois motivada pela rotina. Ele, rotinamente amava-a. Ela, rotinamente amava-o também Ele, rotinamente fazia o seu papel. Ela, rotinamente fazia o dela. Ele, rotinamente ouvia-a. Ela, rotinamente discutia. Ele, rotinamente sonhava. Ela rotinamente deixava. E no meio do sonho... (ainda perguntam porque chamei um sonho e não um pesadelo? A resposta é simples: porque ela entrava nele) no meio do sonho eu tentava escapar para um outro sonho mais perfeito.. com mais harmonia.. O meu sonho és tu. O resto é pesadelo. O meu sonho és tu. O resto, flagelo O meu sonho és tu. A nossa vida é que está errada. Está errada e ao contrário do sonhado em sonhos idos..
" Please don't say..... that it's over Don't say that it's over or I won't know what to do.. Don't say... that you'll be gone Or I'll be done... and lost myself inside of you.."
Cá estou eu de novo, com alguma companhia.... Do meu lado direito a garrafa, em frente este caderno virtualmente infindável de parágrafos por descobrir, ao meu lado esquerdo o tabaco... Desenhando silhuetas de fumo com o cigarro penso no que vou escrever.. As idéias são banais... como a noite gasta que me acompanha. A inspiração falha-me tanto como o gelo que teima em derreter demasiado depressa. Afinal esta é uma noite banal. Uma daquelas em que a solidão não é companhia certa, pois estás perto e vês televisão. Mas não podíamos estar mais distantes, pois cada um vive o seu mundo de formas diferentes. Eu sentado ao computador busco um final de dia que me preencha. Tu consomes imagens de forma aleatória. A guitarra não me fascinou hoje. Culpa de um desajeitado pseudo-guitarrista. O som daquela corda fez-me pensar na solidão. Fiz comparações musicais com vidas reais. Comparei o som de uma única nota à solidão que vivemos por vezes. As sinfonias não se fazem numa só nota, seja ela qual for. Depois pensei nos acordes, compostos de várias notas.. produzem um som conjunto e melodioso. São famílias... unidas e perfeitas. Como os invejo. Percebo que tanto um acorde como uma nota solta não fazem uma obra-prima. São precisos inúmeros acordes e notas para tal, assim como na vida são precisos inúmeros sentimentos para formarem o que nós somos. Precisamos da dor e do amor. Da reacção e da emoção. A indiferença e a complacência... tudo isto é música para a canção da vida. Tanta vezes me esqueço.... que música é aquele conjunto de sons que existe entre os silêncios.... e penso.. calar é preciso... pensar é preciso... Que seria de um terno olhar se o silêncio não o acompanhasse? Infindáveis enciclopédias escrevi eu com os meus olhares a quem amei.... não sei se foram lidos ou bem intrepretados.. mas também não me interessa especialmente, interessa-me sim que os dei. Com os silêncios nos sítios certos. O cigarro já ardeu.... os meus dedos também... esta banalidade que escrevi no fundo da garrafa não me enche...mas está escrito.. e considero-me alguém que faz e assume o que faz.. Amada garrafa que busco em ti respostas para perguntas que nunca fiz... és um perfeito exemplo do que não pretendo mas acompanho.... tão estranho... e tão real....
Ainda ouvia o eco daquele "amo-te" a soar no ar... "E tu também me amas?" Optei por um silêncio concordante, tão frio como a noite que espreitava da janela. Em mim as idéias dançavam soltas e a pergunta pairava... Sabia que era verdade. Só que acontece que nessa noite não te amei. Nessa noite eu pertencia-me.. pertencia à noite.. ou mesmo ao vento.. sentia-me vazio de sentimentos por ti. A novela recente ainda se fazia sentir pelos meus adentros e com suave amargura rendia-me lentamente ao egoísmo e à carância premeditada. Nessa noite fui meu. E por ti apenas sentia a saudade de não estares em mim. Penso que não estou habituado a estar assim... tão sem ti... Assim... tão sem ti sinto-me perdido na imensidão do nosso pequeno quarto, e nem a luz do poste de iluminação que entra pela janela me guia a um caminho incerto ao qual não me estou a esforçar muito por fugir.. o caminho de um lobo solitário que luta por conseguir reservar o peito a qualquer dor que possa surgir. Afinal talvez te ame ainda hoje... não sei...
Foi uma daquelas noites que não queremos recordar nem podemos esquecer. As palavras e acusações gratuitas bailavam soltas entre nós. Disseram-se coisas que não se podiam dizer. Ouviram-se outras tantas que nasceram para ser silêncios. A distância que me separava do já outrora experienciado fazer de malas era tão ténue como um fio de cabelo. Na balança das decisões em que os pensamentos corriam a 200 à hora, pendia ora para a despedida ora para o perdão. Tinham sido tres anos felizes, algumas alegrias e poucas tristezas. Uma vida de cumplicidade e muito amor. Arrancada a ferros de outra vida minha... mais antiga...em que a solidão e a inexistência de diálogos, eram constantes. A possibilidade de ver o meu segundo sonho por terra aproximava-se agora de uma realidade vertiginosa. Lá ia a casa, a mulher e a suposta segurança que havia criado. Quem me conhece sabe que sou homem de decisões. Tomo-as e assumo consequências sem pensar duas vezes. E ali estava eu, tentado a não ser magoado nunca mais por palavras que mais pareciam navalhas gastas e ferrugentas de pouco uso. O chamamento dos sacos era mais forte que nunca. A passagem para uma rápida resolução.. e prática tb. Por que razão hei-de carregar o peso dos outros e as culpas do mundo? Nunca percebi.. talvez seja o meu pecado. Querer ser culpado de tudo. Depois... estiquei a mão para quem tudo entende e aceita... a minha familiar garrafa e a sua sempre insegura meta.. o fundo... Os meus limites foram testados ao máximo e o meu orgulho lutava com o amor que rápidamente se fazia esquecer... Entrou a noite fria do poema que deixei para trás.... E de manhã... De manhã junto com as desculpas pedidas e as lágrimas que outra vez soube serem salgadas...lembrei-me de Sanz... en el amor no vale ser valiente...
"Me hace tan feliz que vuelvas; nunca quise que te fueras. De que vale tanto orgullo, tanta estúpida pelea y perder en un segundo, lo que has buscado una vida entera.
Y es que ya no me acordaba,.. corazón que me gusta tu mirada....tanto amor, que sigue habiendo algo fuerte entre nosotros dos y, ahora que te tengo en frente, nada es diferente.
Se me olvidó... que no he dejado nunca de quererte. Se me olvidó que en el amor no vale ser valiente!"
All this frustration I cant meet all my desires Strange conversation Self-control has just expired All an illusion Only in my head you dont exist Who are you fooling ? Dont need a shrink but an exorcist
Show me the movie Of who you are and where youre from Born of frustration Caught up in the webs youve spun Wheres the confusion? A vision of what life is like Show me the movie That doesnt deal in black and white
Stop stop talking about whos to blame When all that counts is how to change
All this frustration All this frustration Who put round eyes on a butterflys wings All this frustration All this frustration Who gave the leopards spots and taught the birds to sing
Born of frustration Born of frustration
Im living in the weirdest dream Where nothing is the way it seems Where no ones who they need to be Where nothing seems that real to me What can we build our lives upon No wall of stone, no solid ground The world is spinning endlessly Were clinging to our own beliefs
Quisera ser criança e ocultar-me detrás da inocência colorida de olhos pouco experientes. Beber os momentos todos novos e deles tirar as mais grandiosas ou banais fantasias. Queria ainda misturar todos os herois que não conheço e que vou inventando à medida que preciso, e criar todo outro mundo imaginário que este já não me comporta de tão sério que é. Gostava de ter lugar naquele mundo outra vez. De sentir que a maldade é uma descoberta, e a dor uma realidade nova. Perceber pela primeira vez que choro quando me magoam aqui no peito... que posso ser ferido com palavras também.. Quero aprender outra vez a refugiar-me num sorriso matreiro de desculpas..daqueles em que não tinha bem a certeza de que não iria fazer outra vez...
Como faço para apagar o rasto dos teus passos na calçada? Que posso fazer para que o vento leve esse teu cheiro que me impregna a memória? Como é que vou lavar os meus interiores de ti? Tu avanças sobre mim.. dos dentros de mim...para fora.. como uma doença que não se pega mas, com a força devida poder-se-ia morrer de ti. De seres tanta.. de seres assim.. de seres tu...sentida por mim... Juro ser teu doente terminal.. Tão sequioso estou da cura que não desejo que já nem penso que talvez pudesse acontecer tu não seres assim vista por mim. Tão insanamente sofro com gosto da dor que invocas à fome que provocas sem eu saber que tipo de gula é esta... Estou doente por ti... mas...é bom.... Medica-me rápidamente com repetidas injecções desses lábios que acalmam dores, e com o toque dessa tua pele que parece morfina...tal o poder apaziguador ao mundo lá fora... lá fora.... não quero.... fecha a janela.. lá fora, não quero.
E a noite que advinhava chegou num cru abraço de nada Oferta do efémero que encomendei sem querer nem saber A noite, previsível, veio e levou tudo aquilo que eu não queria levou-me os sonhos e a cobardia e tanta falta me fazia um pouco dos dois.... um pouco de cada um um pouco de mim ficou por aí... derramado e inconsoldado Assim fiquei....abandonado por mim sem me reconhecer.. Apenas o negro nocturno me abraça E estranhamente.... me identifico...e aprendo a gostar do frio.... agradável desprendimento
Foi sem querer que me lembrei de ti.. no carro...naquelas filas infindáveis em que me divirto com complicados exercícios mentais a fim de passar o tempo. Foi sem querer que esbarraste naquela recordação que até não tinha nada a ver contigo.. mas acabaste por preencher todos os recantos da minha lembrança. Recordei-te toda, como me apetecia, como eu queria, pois era algo meu.. portanto.. fiz o que quis da imagem. Sim eu sei.. na recordação não se ouvia aquele flamenco suave nem estávamos numa praia ao pôr-do-sol.. mas sem querer visitaste-me e agora prontos... a recordação é minha e eu faço dela o que eu quiser... Cheiravas bem e a tua pele sabia a sal. Estavas lindíssima e olhavas para mim. A conversa resumia-se a um silêncio de ondas... bom... talvez não seja bem assim.. mas a recordação é minha e eu não presto contas a ninguém. O verde dos teus olhos, sei que o roubaste ao fundo do mar, pois não existe cor assim tão mágica noutro lado qualquer... mas por mais que me esforçe não consigo perceber como roubaste calor ao sol, sim.. porque quando me sorris aqueces-me por dentro e por fora.
A recordação é minha e de mais ninguém... escrevo o que eu quiser.